Categoria: Qualidade

O Seiri e a importância da reciclagem

O Seiri e a importância da reciclagem

15/05/2021

Vamos falar de Seiri e o Dia Internacional da Reciclagem, uma data instituída pela UNESCO e comemorada em 17 de maio.

O Seiri é um dos sensos do Programa 5S. Com o tempo, o programa foi abraçando outros sensos e, atualmente, podemos dizer que são nove os sensos da qualidade consagrados.

Seiri veio para o Brasil e foi batizado como Senso da Utilização. Esse senso busca criar a cultura de manter no ambiente somente aquilo que é imperativo para as necessidades comuns ao próprio ambiente e às pessoas que nele estão e atuam.

As vantagens são enormes; o senso quando colocado em prática, assegura que nenhum material incompatível estará nos ambientes de trabalho aumentando, assim, o espaço destinado às operações e melhorando o fluxo de materiais e pessoas.

Podemos destacar ainda um melhor fluxo de materiais, pessoas e informação; a melhoria na busca de ferramentas, peças e outras utilidades; a diminuição de desperdícios; a diminuição dos “lead times”; uma manufatura enxuta; o aumento da produtividade; a obtenção de recursos financeiros através da venda de sucata e a identificação de peças e documentos importantes para a história da empresa.

É certo que Seiri não resolverá tudo e, para isso, outros sensos existem, mas o fato é que a importância de Seiri nas questões da qualidade, produtividade e das boas práticas é inegável.

As principais orientações de Seiri são a doação, a reciclagem, a venda, o leilão e, por fim, o descarte.

Agora, quando comemoramos o Dia Internacional da Reciclagem, quando a humanidade parece perceber com mais clareza os ganhos da recuperação dos rejeitos para incorporá-los no ciclo de produção, fica evidente a importância do Seiri.

Isso porque, diante daquilo que, para nós, não se mostra com uma utilidade imediata, recebemos de Seiri uma orientação básica. Em outras palavras, dar um novo destino àquilo que agora toma espaço em nossas vidas e em nossas operações!

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Na teoria é fácil; no entanto, as ações no sentido de oferecer mais recursos para facilitar a reciclagem ainda estão muito aquém, tanto no sentido do amadurecimento da população, quanto na criação de políticas públicas.

Os dados brasileiros de 2018/2019, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostram que produzimos aproximadamente 55 trilhões de quilos de lixo por ano e o que enviamos para a reciclagem não corresponde a 1,3%.

Será possível imaginar o quanto podemos estar perdendo desprezando o Seiri e um de seus conselhos básicos que é dar um novo destino às coisas? Será que temos como medir o prejuízo?

Em matéria publicada pela CNN, em agosto de 2020, o Brasil perdia R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do lixo. Essa informação teve como referência os dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).

Embora os argumentos sobre a importância da reciclagem sejam irrefutáveis, vemos que estamos ainda engatinhando nesse processo evolutivo. Isso porque, à luz de um Programa 9S, Seiri não tem o poder de fazer tudo sozinho e, especialmente nesse caso, a reciclagem, precisa de outros sensos para fazer um mundo melhor, para criar ganhos para as pessoas e para as empresas.

Falta o Senso da Determinação e da União, falta o Senso da Autodisciplina, falta o Senso do Aprendizado e o Senso dos Princípios Morais e Éticos. Faltam outros sensos que em número de nove são imprescindíveis para os aspectos da qualidade, produtividade e das boas práticas.

Sobra-nos, com certeza, a vontade de levar a cabo uma nova maneira de cuidar de nossas coisas, entre elas, o nosso planeta. É um caminho sem volta.

Assim seja!


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“O Seiri e a importância da reciclagem” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

 Referências:

Dia Internacional da Reciclagem: 17 de maio chama para engajamentoAcesso: 17/05/2021

Brasil deixa de ganhar R$ 14 bilhões com reciclagem de lixoAcesso: 17/05/2021


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O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton

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O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton

Ou, em outras palavras, ele trabalha de forma primorosa, com organização, guarda e descarte de informações.


O Seiton é um dos noves sensos e, na verdade, sua importância e seu nascimento o coloca como um dos três primeiros sensos apresentados ao mundo, naquilo que o mundo aprendeu a chamar de Programa 5S.

Esse senso é conhecido no idioma português como o Senso da Organização, um senso crítico para estabelecermos mudanças positivas em nossas vidas e em empresas dedicadas aos aspectos da qualidade.

Vários estudos mostram atualmente que nossa máquina (o cérebro) conta com uma eficientíssima bibliotecária (?) que ordena os assuntos por ordem de importância e de frequência de uso, armazenando-os e respeitando uma temporalidade predefinida.

Bendita essa bibliotecária cerebral que não permite a ocupação desnecessária de espaços de memória com dados e eventos considerados descartáveis. E como descartáveis, vão para um canto do cérebro que podemos chamar de “Arquivo Inativo” ou “Arquivo intermediário” com prazos determinados até sua destinação final.

Importante: Não tente chamar esse espaço de “Arquivo morto”, uma vez que esse termo deixa enlouquecido qualquer especialista em documentação.

“Se é morto, então, enterra!”. Vale para os arquivos físicos, eletrônicos e até mesmo os cerebrais!

A organização perfeita da biblioteca cerebral permite o resgate das informações e a esse resgate chamamos de memória. Quem diria… o Senso da Organização no cérebro!

O Seiton, outro senso, e conhecido como senso da utilização, também está todo o tempo nessa biblioteca e quando se depara com um dado que não tem nenhuma utilidade, depois de análises bioquímicas nas quais até a Dopamina está envolvida, simplesmente o descarta. Isso mesmo! Não pense que memórias sem utilidade são guardadas para sempre em nosso cérebro! Seiton age para liberar espaço e permitir que o cérebro trabalhe melhor.

A forma de encarar o processo de esquecimento depois de muitos estudos passou a ser vista de outra forma. O processo está ativo o tempo todo, durante a nossa vida.

Trabalhos existem mostrando que o esquecimento é vital para o cérebro saudável trabalhar bem as memórias e isso não é exclusivo da humanidade. Moscas e ratos em estudos de laboratório provaram ter a capacidade de esquecer; ou, em outras palavras, descartar aquilo que não nos serve mais, apenas existindo para nos prejudicar.

Estudos científicos sobre o esquecimento caminham no sentido de encontrar novas respostas e até tratamentos para muitas doenças, entre elas, a ansiedade, o estresse pós-traumático e doença de Alzheimer.

Seiso e Seiton na bioquímica cerebral… Essa não dá para esquecer!


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Referência: “A parte esquecida da memória” – Nature * Acesso em 10/05/2021

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Shogai – O “espírito da desordem”

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Na vida e nos processos tudo tende ao caos, uma vez que, em transformação constante, o universo trabalha e “rearranja as coisas”, independentemente da nossa vontade e do nosso gosto. Daí, uma vez por outra, podemos nos defrontar com situações que nos desagradam pelos danos e prejuízos que podem nos causar.

À luz da lenda “Reino dos Sensos” contada em livro, dei o nome de “Shogai”, àquele espírito que tem em sua existência a tarefa maligna de criar a desordem em nossas vidas. Isso mesmo; Shogai, é o “espírito da desordem” e um dos personagens da história.

A verdade é que a expulsão de Shogai, de nossos universos, nunca será definitiva. Reza a lenda, que as pessoas, por um descuido, podem ficar possuídas pela desordem, permitindo-as em suas carreiras, em seus negócios e em suas vidas.

Shogai pode fazer o nosso dia ser improdutivo, pela desordem de nossas agendas e pela forma como administramos nosso tempo. Ele pode fazer você ficar procurando seus óculos, um celular ou uma caixa de ferramentas por horas, enquanto se diverte com o seu estresse. Ele pode fazer de sua mesa de trabalho ou de um balcão de atendimento um verdadeiro caos, projetando uma imagem de desleixo e criando riscos de acidente. Eventualmente, um dos muitos cantos nos quais poderemos ver a passagem de Shogai é o vão debaixo das escadas residenciais ou de estabelecimentos comerciais, onde se encontra de tudo, em verdadeira bagunça!

Shogai atrapalha a nossa vida e temos, por isso mesmo, de exercer um papel de vigilância contra qualquer tentativa de aparição do “espírito da desordem”, dando atenção e colocando foco na organização.

Na vida pessoal, ele pode ser perverso. A desordem pode afastar as pessoas que você ama ou, no mínimo, fazê-las sofrer.

Na vida profissional, cria nuvens de fumaça que impedem a busca das causas raízes dos problemas e dificulta a melhor tomada de decisão. Vale também para a vida pessoal, certo?

Nas operações e processos, promove o caos, facilitando a criação de ambientes onde misturas e contaminações podem ser prejudiciais e até mesmo fatais.

Shogai acaba afastando de nós, muitos de nossos amigos e clientes.

Não podendo acabar com Shogai, podemos criar mecanismos de defesa no sentido de mitigar seu impacto em nossas vidas. O “espírito da desordem” se esvai, principalmente, por atitudes simples e diárias as quais podemos tomar em todos os ambientes que circulamos e isso vale para o ambiente familiar e profissional. Vale para os ambientes físicos e virtuais.

Não se engane, no entanto, quem pensar que são ações fáceis, únicas e decisivas.

Nessa luta constante, podemos contar com Sensos especiais e poderosos, mas isso é outro capítulo.

E quanto Shogai em sua vida? Você consegue percebê-lo? Você já teve de enfrentá-lo em alguma batalha?


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O novo normal em inspeções.

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14/04/2021

Um ambiente de dificuldades.

Em face da pandemia, inspeções governamentais, em muitos países, foram suspensas ou sofreram mudanças em seus prazos e suas metodologias. É certo que o acompanhamento das operações de muitas empresas tem de ser feito de forma regular e compulsória, em nome da saúde e do bem-estar de seus cidadãos, mas como realizar inspeções realmente efetivas nesse momento de calamidade?

Uma reflexão sobre o assunto tem levado muitos profissionais e agências reguladoras a repensar a forma de auditar, imaginando a realização de inspeções com o auxílio de novas facilidades e ferramentas. Certo também é que as agências não podem acumular inspeções que já deveriam ter sido feitas, independentemente do cenário de dificuldades que se apresenta para o cumprimento de tais programas.

Fica a pergunta: Quanto foi reduzido o número de inspeções presenciais?

Outra pergunta: Até que ponto a não realização das inspeções (ou o seu atraso) pode afetar a segurança dos cidadãos e a qualidade de fornecimento de produtos e serviços regulados pelas boas práticas?

Sabemos que apenas as solicitações de registros não atendem, plenamente, às necessidades de uma inspeção rigorosa.

Uma visão de futuro

Diante desse quadro, a realização de inspeções à distância é uma ideia já levada em consideração por muitos especialistas e pode, de certa maneira, promover uma mudança positiva no estado atual. Assim, reuniões com gestores e técnicos através de plataformas virtuais, visitas dirigidas às instalações por navegação de utilitários com aplicativos de som e imagem podem se apresentar como uma resposta de uso imediato. Isso hoje.

Do meu ponto de vista, embora a inspeção presencial seja insubstituível, as novas facilidades e ferramentas farão parte das inspeções governamentais até mesmo depois da pandemia. Será somente uma questão de tempo.

Cabe às empresas, vislumbrarem essa possibilidade e também se preparem para este “novo normal”.


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Deixa o Mestre falar

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Quando, por questões legais, e até mesmo por interesses da política da empresa, temos de programar treinamentos periódicos tratando sobre o mesmo tema, criando um ciclo de palestras que se repetem, enfrentamos uma enorme dificuldade para atrair e manter a atenção dos colaboradores.

Alguns destes colaboradores provavelmente perderam a conta de quantas vezes já assistiram determinado curso, inclusive, com o mesmo conteúdo programático. Situações deste tipo podem estar ocorrendo agora em sua empresa através de cursos cujos títulos são os mais variados.

Isto acontece em empresas dos mais diferentes segmentos. Treinamentos cíclicos de Boas Práticas de Fabricação, uma exigência regulatória, é um bom exemplo.

Ao levarmos em conta que no meio corporativo temos aprendizes adultos, muitos deles conhecedores de suas atividades, como verdadeiros mestres, a função de assegurar a motivação de tais colaboradores em treinamentos que apenas se limitam a repetir teorias e nada oferecem em troca, além do que tais aprendizes conhecem bem, é uma tarefa muito difícil. Mais ainda: É perda de tempo e de dinheiro.

O interesse do adulto em treinamentos está na sua percepção da relação entre o tempo empregado no treinamento e o que ele – o treinamento – lhe oferece em troca para utilizar DE IMEDIATO em sua rotina no trabalho ou até mesmo em sua vida particular. Quando o adulto não consegue extrair nada nesse sentido, fracassa o treinamento…
…Pior ainda, quando o Instrutor nem se dá conta de que está aí a razão do sucesso de seus treinamentos e do comprometimento dos participantes.

Como então conciliar os interesses da área de RH e os interesses da área da Qualidade com os interesses dos colaboradores?

Em minha opinião, podemos minimizar o problema de desmotivação natural em treinamentos cíclicos, aproveitando a excelente oportunidade criada em tais cenários. A oportunidade repousa na verdade de que existem – com certeza – muitos colaboradores capacitados no assunto, com vivência no tema e cheio de histórias para contar e dividir com o grupo, principalmente entre os colaboradores mais novos na companhia. Conduzir o conteúdo programático através da provocação inteligente de vários “Mestres” dentro do mesmo curso é uma das ferramentas as quais o Instrutor com experiência em Andragogia se aproveita em tais momentos.

Vídeos de curta duração sobre os temas são boas peças para provocarem análises e discussões que ajudarão os Instrutores a trabalharem toda a audiência, identificando os “Mestres” e estimulando-os a contar suas histórias… 


O trabalho “Deixa o Mestre falar” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.


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Consumidor ou consumido?

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2019/02/28

Duas pérolas na relação de consumo: No meio privado, “Para a sua segurança, a nossa ligação está sendo gravada” e no meio público, “Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”.


Dia do Consumidor – A origem da escolha

Em 15 de março, comemoramos o Dia Mundial do Consumidor. Data comemorativa relevante em face da importância de uma relação, historicamente, recheada de descuidos da parte de organizações privadas e públicas, que muitos males fizeram chegar a um ente reconhecidamente vulnerável, na seara do mercado de consumo. Produtos e serviços fora do especificado causaram e ainda causam insatisfação e até mesmo mortes.

A data foi bem escolhida, é certo; uma vez que se trata de uma nobre referência à data na qual foi enviada ao Congresso americano, em 1962, uma mensagem do então presidente John F. Kennedy na qual defendia os direitos dos consumidores, tais como o direito à segurança, à informação e a escolha e o direito de ser ouvido.


Uma tendência de décadas

De lá para cá, foram muitas as tentativas no sentido de se estabelecer mecanismos de proteção e defesa do consumidor. Desse pobre e desamparado ser destinado, anteriormente, somente a pagar (sem reclamar) pelos produtos e serviços de suas necessidades. Antes disso, convenhamos, foram muitas as teorias de grandes gurus da gestão da qualidade que criaram conceitos nos quais o cliente se punha como fator crítico de sucesso para aquelas empresas que se desejavam viver uma nova era, como vencedoras, colocando as expectativas do cliente como realmente importantes.

Algumas empresas se destacaram nesta caminhada e até alguns países ganharam muito trabalhando uma nova relação de consumo. Normas técnicas padronizadas, decretos e leis começaram a ser publicados.


O Consumidor no Brasil com empresas privadas

No Brasil, de uma maneira geral, no entanto, a frase “O Cliente tem sempre razão” soava irônica quando se precisava rediscutir com o grande universo de fornecedores uma compra ou um serviço identificado como não conforme. Pior quando tratávamos com empresas cujos lindos discursos de seu respeito ao cliente desabavam no mal atendimento explicito. Ficava a clara impressão que não éramos consumidores e o termo certo que melhor nos identificava era “consumidos”.

Outras frases me soam irônicas ainda hoje, quando estabeleço relação com alguns fornecedores. Uma delas é aquela que chega ao meu ouvido dizendo “Para a sua segurança, a nossa ligação está sendo gravada”. Ora! Para a minha segurança!? Já tive oportunidades de responder que para segurança “delas” eu também gravava as ligações. A gravação é útil; é necessária e legal, mas é vazia de verdade e isto entristece qualquer cliente esclarecido.


O Consumidor no Brasil com o Governo

No passado, quando o relacionamento era com autarquias governamentais, a sensação de constrangimento era muito bem definida, quando bem visivelmente era colocada uma plaquinha com a lembrança para o usuário do Artigo 331 do Código Penal que diz: “Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”. Os usuários não se dirigiam ao serviço público para desacatar seus funcionários; muitos usuários, por educação de casa, sabiam que desacato, antes de ilegal, é imoral por ser uma atitude indevida; muitos usuários, com certeza ficavam se perguntando sobre a verdadeira razão que tenha motivado colocar a bendita plaquinha em várias autarquias do governo. Creio não ter sido pelo excelente serviço prestado. Por que não uma plaquinha dizendo “Como servidores, estamos aqui para servir você, sempre à luz da lei”?


A importância do gestor no trato com o cliente

Da minha parte, por minha determinação, retirei estas plaquinhas, com o texto do decreto, do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, em 2006, quando fui presidente daquela autarquia federal e o ambiente não se tornou belicoso por esta razão. Vale dizer que, na época, implantamos o sistema de gestão da qualidade, criamos os indicadores de desempenho e a Ouvidoria, mas a alegria com a retirada das plaquinhas, para mim, não teve tamanho; é inesquecível. Dou apenas meu exemplo, mas existiram e existem outros tantos gestores que, acima de qualquer lei, entenderam e entenderão a importância do consumidor e tomam medidas diárias, muitas vezes nem sequer sabidas e noticiadas, em prol de uma excelente relação com os usuários dos serviços públicos.


O dia do Consumidor no Brasil

Como brasileiros, criamos a Lei de defesa do Consumidor em 1990, voltada exclusivamente para o relacionamento com empresas privadas. Bom começo, é certo, mas ainda longe do estado da arte.

Quarenta anos depois da carta enviada por Kennedy, o Brasil instituiu o Dia Nacional do Consumidor, pela Lei Nº 10.504, de 8 de julho de 2002, “que será comemorado, anualmente, no dia 15 de março”. O texto da lei diz: “Os órgãos federais, estaduais e municipais de defesa do consumidor promoverão festividades, debates, palestras e outros eventos, com vistas a difundir os direitos do consumidor”. Aí, no meu modo de ver, uma incongruência, quando constatamos que existe somente um cuidado com os clientes de empresas privadas e um descuidado com usuários do serviço público. O governo criou uma lei, depois criou uma data comemorativa, mas não criou lei semelhante que se aplicasse aos serviços públicos da administração pública. Usuários dos serviços públicos, como hospitais, por exemplo, desprotegidos e sem leis que os protegessem? Sim.

Claro que tudo isto faz parte de uma evolução onde os interesses dos mais variados brotam a cada passo e reagem a cada intenção de proteger os usuários. Certo é que a sociedade esclarecida não mais está disposta a ficar desamparada. Daí ter sido publicada no Diário Oficial da União de 27.6.2017, a Lei Federal 13.460/2017 que dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública, que entrou em vigor em 2018. Cabe a pergunta: Quantos usuários sabem da existência desta lei e de seus direitos associados? Pergunte! Cabe outra pergunta: Qual o funcionário público que conhece a Lei Federal 13.460/2017? Pergunte! É muito provável que você encontre mais de um que a desconheça. Não cabe aí nenhuma crítica sobre a ignorância a respeito, mas um alerta para todos os atores da sociedade sobre o quão são importantes a informação e o esclarecimento. Por esta razão, o quão é importante uma data comemorativa deste tipo.


A importância da data

Falta muito, sabemos. Ainda vemos muita distância entre a teoria e a prática; entre o discurso e a atitude. Temos de divulgar, temos de promover e criar ambientes para uma ampla discussão sobre o tema. A data comemorativa serve de excelente pretexto para muitas ações em uma agenda comum tanto privada como governamental.


Discutindo a relação

Separei a seguir as 10 exigências de uma nova (?) relação de consumo que ainda estão muito distantes do seu entendimento e cumprimento pleno. Veja o que o consumidor espera da relação:

  • Contato direto
  • Comunicação fácil com o fornecedor
  • Respeito
  • Informações de qualidade
  • Soluções rápidas
  • Parceria
  • Resultados
  • Economia de recursos
  • Satisfação
  • Encantamento

Merecem uma discussão. Depois da discussão, a reflexão, o entendimento sobre as possíveis mudanças e as ações.

Assim seja! Feliz Dia do Consumidor!


O trabalho “Consumidor ou consumido” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.


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Quais as quatro dificuldades mais críticas que você enxerga em um Home Office?

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Em um artigo publicado no passado, em 24 de maio de 2020, procurei estimular uma reflexão sobre os desvios que podem acabar afetando a qualidade dos serviços profissionais quando estamos em “Home Office”.

O artigo reforça a necessidade de evitar a contratação ou, se já contratado, demitir o “Jack” (“Home Office É hora de demitir o Jack”).

Na época, desenvolvi uma enquete com uma dúzia de possíveis dificuldades e obtive um resultado que hoje, depois de muitos meses e muito aprendizado depois, pode ser diferente com relação a cada dificuldade e o seu grau de interferência na qualidade de nossos trabalhos.

Na primeira versão da enquete, as principais dificuldades relatadas foram, nesta ordem:

  • Amigos e familiares me enxergam como disponível em tempo integral
  • Acabo desprezando o tempo de pausas, de descanso e contato com a família
  • Eu não tenho uma estação exclusiva de trabalho.
  • Tenho medo de ficar desatualizado(a)
  • Não tenho todas as facilidades, como uma boa conexão de internet, por exemplo

E agora? Teriam mudado tais dificuldades? Outras dificuldades não vislumbras antes se apresentam agora?

A enquete vale para aqueles que estão em home office, mas também se aplica aos que, mesmo sem atuar em casa, estão percebendo o que se passa com seus colegas de trabalho, seus amigos e seus familiares que estão nessa condição.

Conheça a enquete, veja o que os profissionais estão comentando, veja o resultado parcial e participe!

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Eu e o mundo de Deming sem métricas

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#190203

Para Edward Deming, o emprego de métricas e metas no chão de fábrica deveria ser abolido. Esta visão compõe um dos 14 princípios de Deming para a qualidade de produtos e serviços.

Qual seu parecer a respeito deste princípio? 

Métricas e metas contribuem, entre outros tantos argumentos, para “estimular no colaborador o orgulho pelo seu trabalho”, uma vez que o indivíduo adulto pode identificar o quanto foi útil para a equipe através de seus indicadores. Uns colaboradores podem atingir bons resultados, outros, resultados aquém das expectativas, mas o ambiente de competição não se torna prejudicial, quando outro princípio de Deming é levado em consideração: o princípio que assegura “ambientes sem medo” nos quais o não atingimento de metas não deve levar a punições. Resultados podem ser melhorados quando é empregado outro conceito bem definido em dois princípios de Deming: “Treinamentos “In company”” e  “Estímulo à formação e ao auto aperfeiçoamento”.

Ainda, pelos princípios, quando entendemos a “qualidade como responsabilidade de todos” vemos, antes de qualquer coisa, adultos em todos os níveis da organização os quais tem de estar cientes do que acontece ao seu redor, com as suas atividades e como elas estão impactando, dia a dia, nos resultados do seu negócio. Métricas e metas só ajudam.

Levando em conta estes cinco princípios: “estimular no colaborador o orgulho pelo seu trabalho”; “ambientes sem medo”; “treinamentos “In company””; “estímulo à formação e ao auto aperfeiçoamento” e a “qualidade como responsabilidade de todos”, aquele princípio que reza que devemos ter “ambientes sem métricas no chão de fábrica” apresenta uma relação custo & benefício desfavorável. Daí, pessoalmente, eu desconhecer empresas reconhecidamente vencedoras e preocupadas com resultados que desconsiderem a importância de métricas e metas no chão de fábrica.

É provável que eu ainda não tenha entendido a verdadeira essência deste princípio.

É possível que Deming estivesse em outra dimensão ainda verdadeiramente utópica para mim.

De qualquer forma, à Deming, o meu respeito.


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O trabalho “Eu e o mundo de Deming sem métricas” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://squalidade.com.br/.

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As limitações de conforto do Home Office – Luminosidade, ruídos, temperatura ambiente e umidade relativa.

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Quando as medições são fundamentais para a qualidade do ambiente.

O público e o foco

Este artigo destina-se aos profissionais que trabalham em Home Office e às ações que acreditamos como importantes no sentido de assegurar um conforto ideal em tais ambientes.

O foco está na atitude de, antes de mais nada, estimular um melhor entendimento a respeito do ambiente de trabalho, através de medições de parâmetros importantes.

O Cenário

Com a pandemia, as empresas estimularam uma prática de reuniões corporativas, através de um novo conceito, amplamente aceito por muitos profissionais. Estou me referindo ao Home Office.

Reconheçamos que é uma revolucionária maneira de trabalhar que oferece  benefícios maravilhosos para as empresas e para aqueles do seu quadro que atualmente podem trabalhar de casa.

Os indícios de limitações

Com o passar do tempo, estamos identificando limitações do Home Office que podem afetar a qualidade do trabalho. Pior é que ainda não temos todas as respostas, apesar de alguns ensaios já gerarem alguns resultados positivos.

Até agora, não existem respostas prontas nem verdades absolutas.

Uma excelente cadeira de trabalho, um suporte para o computador, um mousepad de última geração, descanso para os pés, são utilidades comuns entre os utensílios dados pelas empresas aos profissionais de Home Office. Muito justo e necessário.

Luz e Barulho

Os aspectos de Home Office, é certo, exigem mais cuidados. Com relação ao ambiente, o ruído e a luminosidade têm de ser levados em conta, quando pretendemos a plenitude em boas práticas. Sabemos que existem normas brasileiras que determinam o grau adequado de barulho e de luminosidade para cada tipo de atividade, mas será que sabemos o nível de ruído e quanto de lux o profissional recebe enquanto trabalha em casa? Está dentro de uma razoabilidade? Exagero?

Ora, pouca luz, incomoda a muita gente; pouca luz e barulho, incomoda a muito mais.

Na verdade, considerando as atividades de escritório, não conheço muitas empresas que tenham tal preocupação e pratiquem medidas periódicas de verificação. Ao contrário, em fábricas, isso, de certa maneira, chega a ser normal, com o emprego de decibelímetros e luxímetros.

No tocante às medições, existem aplicativos disponíveis para smartfones que podem oferecer uma primeira resposta a ser dada, quanto à luminosidade e ruído. Isso mesmo. Existem aplicativos de decibelímetros e luxímetros que fazem a medição em segundos, gerando uma informação inicial de valor. Creio que podemos aceitar a precisão de tais aplicativos, mesmo que sua exatidão seja questionável. Eu mesmo, já tive de mexer na luminosidade do meu ambiente de trabalho para ajustá-la ao nível correto. Em alguns casos, a colocação de uma simples luminária, pode resolver a questão.

Em escritórios, pelas normas brasileiras, para ler, escrever, teclar e processar dados, a especificação de iluminância é de 500 Lux.

O ruído indesejado pode exigir um esforço maior. Sabemos que não são somente os ossinhos de nosso ouvido que vibram com o som que chega até nós, mas todos os ossos de nosso corpo vibram, em maior ou menor grau, com o som que chega até nós. Um som acima do aceitável para o corpo humano pode se tornar extremamente danoso em função do tempo de exposição. De qualquer forma, é certo que pode afetar a qualidade do trabalho.

Em salas, pelas normas brasileiras, com presença de computadores, podemos dizer que o nível de ruído deve ficar entre 45 a 65 decibéis.

Uma medida que pode ser tomada de imediato, é o uso de tapadores de ouvido. Isso pode facilitar um pouco na qualidade do ambiente e, se utilizado para se ouvir uma boa música, durante o trabalho, melhor ainda. Quanto aos papais e mamães de filhos pequenos, o tapador pode não ser uma boa ideia, a não ser que tenham a facilidade de fazer rodízio ou tenham cuidadores. Em época de pandemia, com creches abrindo e fechando, os pais têm de exercer suas atividades sendo afetados pela política de calamidade na qual estamos.

Temperatura ambiente e a umidade relativa

Como já escrito, o primeiro passo é medir. Existem termo-higrômetros digitais que podem ser adquiridos até com a devida certificação, mas, de pronto, disponíveis no mercado podemos encontrar aparelhos que indicam horas, data em dia e mês, dia da semana, alarme, temperatura ambiente e umidade relativa. Alguns podem ser utilizados como parte da decoração do escritório.

Podemos encontrar informações diferentes a respeito, dependendo da fonte de consulta, mas pelas normas brasileiras, o nível de conforto está em 20 a 23°C e 40% de umidade relativa.

Em ambientes fechados, o aparelho de ar-condicionado coloca a temperatura em um patamar certo, mas pode impactar na qualidade da umidade relativa do ambiente. O emprego de um umidificador pode ser útil.

O próximo passo

Depois das medições em seu Home Office, o passo seguinte é adequá-lo às condições ideais considerando seus recursos financeiros, o quanto você pretende investir e quanto de apoio ou patrocínio você pode contar. A visão de um arquiteto pode ser muito útil.

Ainda temos muitas limitações, quando nos referimos ao Home Office, de uma maneira geral, de forma abrangente. Temos de tratar este assunto, visto que Home Office é caminho sem volta e por ser caminho, porque não o trilharmos de maneira confortável?

Assim seja!


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